terça-feira, 25 de setembro de 2012

Tem que ser revelado?

  - Olo! - ele disse.
  E essa unica palavra mudou a minha vida.
  Sou uma atriz e tanto, penso eu. Afinal sinto isso a dois anos, mas sempre convencendo aos outros (creio que a mim mesma também) que era indiferente.
  Durante esses dois anos gostei de diversos garotos. E todos eles indignos de mim. E eu imerecia qualquer um deles. Todos a minha volta caiam na mentira - oh! Amarga, mentira! - de meus sentimentos. Confundia a todos. E a mim mesma. Até certo dia:
  - Você gosta dele, não é? - em uma pergunta a garota conseguiu desabar meu mundo. Da mesma rapidez que a simples fala dele conseguiu o deixar de cabeça para baixo.
  - Não, que isso... - pausei. Ela me encarava. Eu suava frio. Depois de me xingar mentalmente umas duas ou três vezes, continuo: - Tá tão na cara assim?
  - Nem tanto. Eu que te conheço muito bem, senhora Luíza. - são nessas horas que você começa pensar se não seria melhor continuar vivendo sem amizades - infelizmente, a resposta é não.
  Nisso chegou um garoto. Baixinho, super amigo meu, melhor amigo dele. O meu pequeno saco de pancadas abriu a boca:
  - Eu também descobri. Mas você conseguiu me enganar por quase dois anos.
  Após dar mais um murro em seu braço, comecei a pensar: É verdade. Iria fazer dois anos com um segredo só meu, sem que ninguém saiba. Agora duas pessoas sabem.
  Eu e minha cabeça grande. Por que fui pensar naquilo?
  TRIIIIIIIMMMMMMM! Meu telefone tocou. E, sim, sou um antiguada que o toque celular do celular é o tipico "TRIM" (mas tem batida eletrônica no fundo...).
  - Alô. - falei mas parecendo uma pergunta.
  - Tô sabendo, hein! - ouço a voz de minha melhor amiga ao telefone.
  Encaro o dois a minha frente. Não podia ser sobre o que eu estava pensando!
  - Você gosta dele! - quase me auto defenestrei. Pelo jeito podia, sim.
  Vai mais uma a lista. Três pessoas sabiam. Naquela escola converso com apenas oito pessoas. E três já sabia. Estava disposta a procurar um Death Note.
  - Como assim? - minha voz saiu apagada.
  - Você de vez em quando deixa escapar sobre como ele está no dia e... - ela começou citar uma lista dos motivos de sua fabulosa descoberta enquanto estava prestes a vomitar.
  Iria fazer dois anos. Dois anos. Dois anos sem que ninguém soubesse. Dois anos fingindo para os outros e para mim sobre gente por qual, eu sabia, nunca sentira nada. Dois anos fingindo algo que não sinto. E pelo jeito sou uma ótima atriz, pois por dois anos consegui esconder isso... Que deslize eu cometi?
  E, hoje, em pleno aniversário dele, ele me pede para soltar o cabelo e acabo soltando. As pessoas percebendo isso, comentaram:
  - Que milagre foi esse? Luíza, você de cabelo solto? Vai chover agulha? - claro, tive de levar brincadeira de certas três pessoas.
  E eu avisei aos três que eu estava escondendo isso por muito tempo, então desejei sigilo total.
  Mas eu de agora em diante vou ter que levar uma ou outra surpresa desses três, pelo jeito.
  Como disse, dia de aniversário dele.
  Hora do parabéns. A hora mas maçante e humilhante no dia de mais um ano completo.
  Com quem será, com quem será, com quem será...
  "Ótimo, essa musica. Quem vão pôr para casar com o coitado?"
  Vai depender, vai depender, vai depender se a Luíza vai querer...
  Se eu não estivesse sentada na carteira, teria desabado no chão ali mesmo.
  E, para completar meu dia:
  - Luíza, que segredo? - a voz dele não me deixava em paz... Eu e mais uma pessoa dos três estávamos falando sobre "segredo a muito tempo sendo mistério, não estrague nada" e ele ouviu e ficou me perguntando o tal segredo que ele não sabia. Por que fui sentar ao lado dele hoje, Deus?
  Mas no fim ele esqueceu o tal segredo (espero).
  Será que todo segredo tem de um dia ser revelado?
  Eu estava muito bem sem que ninguém soubesse... Me sentia em uma estranha vida dupla, mas estava bem.




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